sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Tempo de Teatro II . Emilia Galotti


Terminou no passado dia 8, no teatro Carlos Alberto, a peça Emilia Galotti, para a qual ajudei com o Renato Brito e segundo as directrizes do Paulo Cardoso, a idealizar os cenários, naquela que foi uma experiência, apesar de tudo, gratificante.
Na página do Teatro Nacional S. João pode ler-se o seguinte:
"Nuno M Cardoso prossegue, na nossa companhia, uma viagem pela literatura alemã, com escalas em Goethe, Fassbinder e Brecht. Desta vez, resgata da sombra a mais controversa das peças legadas pelo filósofo e dramaturgo Gotthold Ephraim Lessing, um dos mais decisivos reformadores da arte dramática europeia. Estreada em 1772, Emilia Galotti foi desde então sucessivamente amada e repudiada, permanecendo uma esfinge com muitos segredos. Nunca saberemos o que verdadeiramente aconteceu no encontro entre o príncipe Gonzaga e a burguesa Galotti. E essa dúvida, que se instala no início do segundo acto, propaga-se como uma “peste emocional” até ao desenlace trágico. Emilia foi seduzida ou seduziu? Foi vítima da arbitrariedade do poder ou da fascinação pelo poder? Lacónico e perverso, o autor não esclarece nem julga as motivações das suas personagens. Em Emilia Galotti aprendemos a desconfiar da verdade. No livro Homens em Tempos Sombrios, Hannah Arendt escolhe uma frase de Lessing que lhe parece condensar a sabedoria de todas as suas obras: “Que cada homem diga o que considera verdade, e deixe ao cuidado de Deus a verdade em si!”.
A peça deverá agora seguir para o Teatro Viriato em Viseu.

Nenhum comentário: