quinta-feira, 25 de abril de 2013

Habitação em S. Mamede Infesta . Matosinhos . 2013 . V



 
Dois aspectos da obra de S. Mamede Infesta. As paredes encontram-se já todas revestidas e prontas a receber os acabamentos. A cobertura está já devidamente executada, tanto a parte de telhado como da cobertura plana em zinco "camarinha", faltando praticamente apenas os rufos e remates com as clarabóias. No interior foi já colocado o painel cerâmico que acompanha a escada helicoidal, executado pela Sofia Beça.

sábado, 6 de abril de 2013

Colóquio Internacional Arquitectura Popular

Na passada quinta-feira participei no Colóquio Internacional de Arquitectura Popular, em Arcos de Valdevez. A minha comunicação chamou-se "Arquitectura Moderna e Arquitectura Vernacular. Contributo das  técnicas e materiais tradicionais para uma arquitectura mais responsável ambientalmente". Foi a oitava vez que apresentei uma comunicação pública, mas é sempre como se fosse a primeira... Abaixo transcrevo o resumo.
 




 


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Num tempo em que a arquitectura necessita de uma profunda reflexão sobre si própria, sobretudo pela consciência de que o modelo preconizado pelos fundamentos modernistas do início do século passado se encontram completamente desajustados e ultrapassados e de que as novas formas de construir não poderão comprometer a vivência humana, ou o próprio ambiente, urge questionar em que sentido poderá a arquitectura evoluir para responder às questões pertinentes da sociedade e do mundo actual.

O modernismo tendo concorrido para uma profunda evolução, quer artística quer tecnológica, da arquitectura desenvolveu como tema principal a dimensão social da própria arquitectura. Ironicamente, simultaneamente e na mesma medida, aportou problemas sociais graves ao “estandardizar” e banalizar a arquitectura, massificando a cidade e tornando-a quase anónima no seu a-historicismo e na preconização de uma “maquinização” da vivência do ser humano. Algo profundamente contrário ao carácter muito mais orgânico e telúrico da arquitectura tradicional, que é por isso muito menos agressiva e “predadora” ambientalmente.

No entanto, não deixa de ser curioso que alguns dos principais “arautos” do Movimento Moderno tenham baseado algumas das suas experiências no estudo da arquitectura vernacular, como o próprio Le Corbusier, Alvar Aalto ou Frank Lloyd Wright.

Arquitectos como Schindler ou Louis Barrágan aprofundariam essa relação indo ao ponto de construir com métodos e técnicas tradicionais e podendo mesmo ser considerados precursores neste aprofundar da relação entre arquitectura erudita e vernácula, antecipando também a percepção da mais-valia ambiental e ecológica da utilização das técnicas e materiais tradicionais.