domingo, 12 de outubro de 2008

Casa Orlando Constante III . 1994


Este projecto integrou a exposição organizada pela Ordem dos Arquitectos intitulada "Geração de 90". No catálogo da exposição podia ler-se o seguinte:
“Ampliar uma casa incaracterística, sem desenho, sem alma, sem vida... Devia caber uma cozinha/sala com características culturais vincadas - forno, lareira, fumeiro e fogão de lenha. A proposta rompe com o existente, procura a luz e a autonomia. Há elementos que sobressaem - a grande chaminé; as asnas de madeira; o volume suspenso da entrada; o grande pano de vidro que prolonga o espaço para o exterior. Embora pequena esta obra suplanta outras, pois houve a possibilidade de criar uma certa unidade."

“A cultura é antes de mais nada, a unidade do estilo artístico em todas as manifestações vitais de um povo...”.
F. Nietzche

2 comentários:

Sónia Constante disse...

Casa sem alma, sem vida... A minha pergunta é pediu aos proprietários para comentar a casa? Tenho conhecimento que a cozinha é uma obra sua mas o resto da casa não, assim sendo pode falar dela sem o consentimento dos proprietários? Acredite que não ficaram sensibilizados ao ler este blogue. Eu mesma fiquei um pouco incomodada e como sobrinha e afilhada do Sr. Orlando acho que devo demonstrar o meu desagrado. A casa foi construída no inicio da década de 80 com muito sacrifício dos Donos é um orgulho para eles e para os que os amam porque sozinhos construíram o que conheciam e podiam e acima de tudo tiveram a coragem de permanecera na Aldeia e criar uma família. Deram vida e energia para que a aldeia sobreviva a desertificação. Assim eles contribuem para alimentar a alma da Aldeia de Boassas. Sónia Constante

cerveira pinto disse...

Estimada Sónia Constante

Não pretendo gerar polémica, nem "incomodar" ninguém. Tive muito gosto em fazer o projecto de ampliação desta casa, que foi o meu primeiro projecto na aldeia. O comentário publicado no catálogo que integrava a exposição itinerante da Ordem dos Arquitectos, em 1999, levou o nome de Boassas e da família Constante a vários pontos do país e foi, para além de muitos outros, mais um contributo para ajudar a fixar a população e combater o despovoamento.
O texto não pretende ferir ninguém e é um comentário sincero, embora crítico, à "pseudo-arquitectura" da pré-existência, feita por técnicos pouco escrupulosos e que polula (ainda hoje) no concelho de Cinfães. É a minha opinião enquanto profissional e, como (ainda) estamos num país livre penso que a posso exprimir livremente. As ideias podem (e devem) ser discutidas. Mal de mim se ficava impertigado por cada comentário ou opinião negativa sobre as minhas obras e projectos. Aliás, a crítica de arquitectura é corrente (e frequente) nos meios de comunicação social e um meio (que eu próprio uso) no âmbito académico universitário. Como é óbvio não é necessário pedir "autorização" a ninguém (nem ao próprio autor da obra) para fazer um texto crítico sobre a mesma. Relativamente aos seus parentes, que tenho em imensa estima e consideração, penso que se redimiram pelo bom-senso e sensibilidade demonstrados ao encomendar e aceitar o projecto...